quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

VALE A PENA LER ESTE CONTO QUE NARRA COMO ERAM OS COMBATES ANTIGAMENTE


A briga – Manoel Carlos Pinheiro

Sigilosa, quase clandestina. Recebi o aviso um dia antes. Não podia contar para ninguém. Pouco a pouco fomos nos encontrando. Era uma quinta-feira. Logo ao cair da tarde, a ansiedade tomou conta de mim. Eu tinha 15 anos e estava de férias. Desde o lendário Pé-de-Ferro que não havia surgido algo tão especial. E agora se enfrentariam.

Em rodas de discussão, os ânimos se exaltavam sempre que alguém dizia qual o melhor. Uma vez houve peixeirada. Não era para menos, chamar Caiado de mestiço, foi demais. - Só tem força, não agüenta dois barrufos apanhando. Foi um deus-nos-acuda. Não houve turma do deixa-disso. Tudo muito rápido. A 14 polegadas rasgou o bucho do falastrão. Sangue pra todo lado. Sobreviveu. Um mês depois voltou a freqüentar a rinha. O ex-amigo fugiu pra São Paulo.

A outra peixeirada foi por motivo ético. Perdeu a briga e maltratou sua própria criação. A culpa é sempre de quem emparelha. Emparelhou mal ou não preparou direito o seu galo. Um galista mais zeloso não resistiu ao ver o capãozeiro dar um safanão no galo caído. Depois do grito de advertência, partiu pra cima e sangrou quem não deveria meter-se em coisa de homem. Não teve escapatória. Na hora, ninguém lamentou. Quem já viu maltratar um galo?!

Caiado e Tesourão. Sabia que assistiria a um confronto histórico. Contaria para os meus netos. Quase todos os presentes já eram avós. Ninguém falava. O clima festivo de brincadeiras e de apostas não existia naquela tarde/noite. As apostas foram proibidas. Havia muito mais que dinheiro em jogo.

Talvez
eu fosse o único a freqüentar os dois terreiros. Conhecia de perto a ambos. Não conseguia torcer por qualquer dos lados. Dois monstros sagrados. Mais de seis quilos cada um. De puro músculo.

Caiado batia forte demais. Quantos pescoços já quebrara? As estatísticas não eram confiáveis. Bico na crista ou na barbela, puxão pra baixo, subida fulminante: só se ouvia o estrondo. O sangue respingava, não havia pescoço à prova de tal pancada. Se o adversário brigasse na solta, mantendo distância, durava um pouco mais. Se fizesse briga, até dava pra endurecer, senão, era só apostar se passaria do primeiro barrufo.

Tesourão fazia briga e era rei da rebatida. Seu filho Sapinho matou três numa manhã. Vinte três minutos o primeiro, dezenove minutos o segundo e quinze minutos o terceiro. Mas não chegava aos pés do pai. O único capaz de derrotar Caiado, todos sabiam.

Seria a luta entre a técnica e raça de Tesourão contra a força e rapidez de Caiado. Ainda bem que, para evitar brigas, as apostas estavam proibidas. Ninguém sabia o que aconteceria. Tesourão conseguiria evitar a queda? Caiado conseguiria brigar os dez barrufos?

No caminho, tremia. Um pouco de frio, um pouco de nervosismo. Lá dentro, até calor fazia. Os olhos pulando das órbitas eram visíveis até sob a cortina de fumaça de cigarros. Os nervos pareciam a corda do berimbau de bacia. Recinto totalmente fechado, cheiro desagradável: mistura dos odores dos garajaus, cigarro e suor.

Além de selecionadíssimo, o grupo foi advertido para manter o evento em segredo e não levar arma ao local. Ou, no caso de ir armado, entregá-la ao dono da casa logo à chegada. Todos concordaram e seguiram as normas estabelecidas. Zé Fraga, claro, foi o árbitro. Nem precisava tanto.

Começou o confronto. Silêncio absoluto. A partir daquele momento, ninguém mais fumou. Talvez para não fazer barulho ao riscar o fósforo ou ao aspirar o cigarro. Olhos vidrados, respiração contida, faces empalidecidas e contraídas. Mesma altura, mesmo peso. Plumagem diferente. Tesourão, vermelho acastanhado misturado com algumas penas pretas. Caiado, uma mistura de tons de amarelo salpicado no preto.

Mais parecia um balé. Giravam, pescoço com pescoço. Ameaçavam o golpe, chegando mesmo a suspender um pouco as asas, mas no meio da ação, parecendo prever um contragolpe, desistiam. Fossem humanos, poderíamos dizer que os dois primeiros barrufos foram de estudos.

A partir do terceiro, Tesourão começou a levar alguma vantagem. Fazia a briga como nenhum. Giros rápidos para ambos os lados. Beliscões disparados como jabs. Duas vezes, como se fosse uma rebatida, aproveitou o puxão na barbela iniciado por Caiado e bateu muito forte. Lábios mordidos denunciaram os gritos mudos.

A partir do quinto barrufo, briga franca. Inimaginável a resistência de ambos. Ninguém jamais vira golpes tão duros não resultarem em quedas. Um torrão ficou entre os dedos de Caiado na hora de um golpe, voou sobre a cabeça de Giva e espatifou-se, ruidosamente, na parede a uns três metros de distância.

No sétimo barrufo, parecia que a coisa se decidiria em favor de Caiado. Começou a soltar-se mais. Bateu três vezes seguidas, o sangue espirrou, a vida de Tesourão estava por um fio, mas ele não demonstrava o abatimento.

No oitavo, a surpresa. Tesourão bateu tão forte que Caiado bambeou, deu dois passos trôpegos para um lado, outro para frente, o pescoço apoiado no de Tesourão impediu a queda. Tesourão nem precisaria bater, apenas afastar-se ou beliscar. Entretanto, pareceu sentir o golpe tanto quanto Caiado, buscara forças e energias onde já não havia. Faltavam ainda trinta segundos para o final do barrufo e nenhum conseguiu mais dar qualquer golpe.

Os dois últimos barrufos duraram um século. O desespero estampou-se em todos os rostos. Golpes secos e alternados evocavam os sons de tambores mágicos, de pisadas fortes do samba-de=coco em dia de mutirão, da zabumba de Norato. Se alguém tivesse ousado propor, a luta terminaria. Só havia motivos para ter vencedores. O empate foi a consagração de ambos.

Entre os humanos, apenas os passadores se movimentavam. Mesmo ao final da luta, demorou um pouco a alguém fazer um movimento, provavelmente um suspiro. Em silêncio o grupo começou a dispersar-se. Éramos, no máximo, trinta pessoas. Parecíamos sonâmbulos ou autômatos. Já longe dali, uma meia hora depois, consegui falar. - Está frio, vou pra casa. - Eu também, disseram os demais.

Uma semana depois, a notícia começou a se espalhar. As pessoas vinham me perguntar, pedir detalhes. Eu emudecia. Parece que todos os presentes agiam assim. Não sei porque. Só sei que, ao lembrar do confronto, voltava a sensação esquisita dos últimos dois barrufos. Pela primeira vez, eu vira os limites de uma criatura serem completamente ultrapassados.


Fonte: Internet.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mato Grosso é destino turístico de quem aposta em briga de galo


Agência de turismo de Salvador ofereceu pacote para um torneio realizado em julho em Cuiabá

Evilázio Alves/DC


Galo de briga encontrado em um centro de treinamento no CPA

ALINE CHAGAS
Da Reportagem

O Ministério Público, a Polícia Militar e o Ibama da Bahia descobriram que Cuiabá faz parte de uma rota turística de torneios envolvendo galos de briga. Os pacotes turísticos estavam disponíveis em um panfleto da empresa Via Brasil Viagens e Turismo, encontrado no meio de documentos apreendidos no Centro Esportivo da Bahia, nome dado ao Clube do Galo, fechado no dia 13 de maio pelas autoridades ambientais baianas.

De acordo com o panfleto, a viagem ocorreria entre 20 e 24 de julho, quando ocorreria um grande torneio em Cuiabá. O pacote incluía passagem aérea e hospedagem em dois dos melhores hotéis de Cuiabá, com café da manhã incluído.

A ação das autoridades ambientais e Polícia Militar da Bahia ocorreu após uma denúncia de que nos dias 13 e 14 de maio ocorreria o torneio de galos mensal do Centro Esportivo da Bahia, denominado “Da Troca de Penas”, no subsolo do restaurante Kimukeka, em Salvador.

O anúncio rendeu à Via Brasil Viagens e Turismo a venda de dez pacotes, segundo informações do dono da agência, Érico Viana. O proprietário contou ontem por telefone que a empresa foi procurada por um grupo de participantes de rinhas para montar o pacote e que não teve nenhum outro contato após as vendas.

O promotor de Meio Ambiente de Salvador, Luciano Rocha Santana, encaminhou à Promotoria de Meio Ambiente de Cuiabá cópias dos relatórios da operação e do panfleto com o anúncio dos pacotes. O promotor Gérson Barbosa, de Cuiabá, solicitou à Polícia Civil a abertura de inquérito para investigar o assunto.

Entre os documentos encontrados no Clube do Galo constavam listas de colaboradores da Associação de Criadores e de Preservação dos Galos das Raças Combatentes da Bahia, fornecedora de animais para apostas no Brasil inteiro e responsável pelo clube interditado. Nos apontamentos, foram encontrados nomes de pessoas da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Sergipe, Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Santa Catarina e Paraná.

O Ministério Público da Bahia ainda aguarda a autorização de quebra de sigilo bancário de alguns envolvidos para saber se há participação de pessoas de outros estados. “Não sei se vou identificar alguém de Mato Grosso. Ainda não há como afirmar nada. Precisamos da autorização da quebra do sigilo primeiro”, contou o promotor.

O promotor Luciano Santana entende que os documentos e panfletos encontrados mostram que o grupo que realiza rinhas é uma organização criminosa que tem atuação no Brasil inteiro. Pela ação do dia 13 de maio, o Ministério Público denunciou 29 pessoas. Duas delas, pessoas jurídicas: a associação e o Centro Esportivo da Bahia. “Já não é mais caso de investigação. O processo já está em fase de responsabilização”, contou o promotor.

Segundo Santana, o principal contribuinte da associação nos meses de fevereiro e março - e um dos denunciados - é o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro do PT. O promotor citou que há uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em Ação Direta de Inconstitucionalidade que proíbe a criação, exposição e realização de brigas de galo em todo o país.

Érico Viana, dono da agência Via Brasil, comentou que não sabe quem são as pessoas que pediram para que fizessem o pacote e que a única função da agência era de tornar os preços mais acessíveis. “Não fizemos mais pacotes, porque está tudo suspenso aqui em Salvador”, disse Viana, ao comentar a suspensão das atividades do Centro Esportivo da Bahia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fertilização dos ovos

Fertilização dos ovos


Se uma galinha cruza com um galo e depois de 5 dias cruza com outro galo, de quem ele vai por. Tem alguma possibilidade de ela por ovos galados dos dois galos?

A fertilização acontece quando o óvulo( como é chamado antes de fertilizado) desce para o oviduto. A evidência disso é que se ocorresse antes disso, o embrião já começaria a desenvolver-se, dada a temperatura interna. Os óvulos não são fecundados quando ainda estão agrupados ( em cachos ). Por outro lado, os espermatozóides sobrevivem até 12 dias no oviduto, mas se debilitam à medida que o tempo passa, o que possibilita que espermatozóides depositados por último tem mais chances de ganhar a "corrida" da fecundação. O que tenho de experiência pessoal é que uma galinha minha, sem galo, invadiu a baia de um galo e cruzou com ele apenas uma vez. Foi retirada, recolhi todos os ovos que botou a partir daí, coloquei-os para chocar e nasceram 4 pintinhos, os demais "goraram". Tenho a convicção que uma galinha sem galo se cruzar na manhã de um dia e botar na manhã do outro dia, o ovo estará fertilizado.

Se a galinha cruzar apenas uma vez antes de botar o primeiro ovo, e daí a uma semana cruzar com outro galo, provavelmente sairão pintinhos dos dois galos com que cruzou.

Bouba

Colega Bouba é caroço , pipoca , da pricipalmente na cabeça e pescoço , e se não cuidar pode levar a cegueira e também a morte .

Sou de Santa Catarina, nos meus animais que tiveram bouba ( inclusive perdi um animal de altissima qualidade com brigas ganhas ), o que deu melhor resultado foi aplicar 1 ml de tormicina 100 tres dias seguidos e passar tuya nas boubas ( para animal adulto ), para animais novos de uma dose menor.

caro amigo bouba nos pintos voce pede nas casas agropecuaria remedio tuya coloque na agua deles por cinco dias e o melhor que existe

Fiz uma vez e deu certo nos meus animais;aplicar 1ml de leite na parte proxima do peito dos animais. é otimo....mucuim

o melhor remedio para bouba....não igual lave o local 3 vezes por dia com agua oxigenada 10´por cento e é um abraço ok

Amigão, pra bouba a melhor coisa é a vacina que é preventiva. No caso de curativo, independente de fórmuls mágicas o que acho melhor é um santo remedinho que se chama 'tuya avícola simões' que é colocado na água. N é caro e extremamente eficaz. Eu já usei várias vezes e já recomendei a muita gente e sempre com sucesso

Caro amigo Mario para tratar bolba nos pintos e so dar tuya

Amigão, se não me engano, a boulba aviária é uma virose e como tal, deve ter um tratamento preventivo nas regiões de maior incidencia, o que deve ser feito com vacinação aos quinze dias de vida. Mas, quando há necessidade de remédio curativo, o único que ví realmente funcionar, mesmo em estágios avnacados, é a TUYA, com nome comercial Tuya Avícola Simões. Em minha experiencia, só precisa mesmo pô-la em agua controlada, durante o tempo necessário para que as verrugas sequem. Desde que passei a usar esse medicamento, relaxei até da própria vacina[ o que não é conveniente]

Saudações galísticas

Dica Útil

AMIGOS NA INTENÇÃO DE COLABORAR, SEGUE UM ENSINAMENTO QUE GANHEI DE UM TRATADOR BAIANO POR UMA DE MINHAS PASSAGENS NO ESPIRITO SANTO E ACHO QUE PARA OS AMIGOS DESTE GRUPO PODE SER MUITO ÚTIL, POIS AQUI O CUIDADO COM NOSSAS AVES É MUITO IMPORTANTE.

USE DE 15 EM 15 DIAS UMA SOLUÇÃO DE 2 TAMPINHAS DE PINHO SOL ORIGINAL, NÃO PODE SER PINHO BRIL, OU AQUELES COLORIDOS, EM 10 LITROS DE AGUA, ISSO DA PARA BANHAR 10 A 12 AVES, DE UM BANHO NORMAL DEIXE SECAR AO AR LIVRE, DE PREFERNCIA MAIS NA SOMBRA QUE NO SOL.

ALEM DO ÓLEO DE PINHO DAR MAIS BRILHO A PENA ELE REPELE E MATA AS BACTÉRIAS E ACAROS, COMBATE PARTE DOS FUNGOS DAS PATAS E EVITA QUE AS PENAS SE TORNEM QUEBRADIÇAS E RESSECADAS.

FAÇO ISSO AQUI NAS AVES E ESSA SOLUÇÃO SIMPLES TEM DEMONSTRADO ÓTIMO RESULTADO, SEM PREJUDICAR AS AVES EM NADA.

É UM TRATAMENTO BARATO, POIS MEIO LITRO DE PINHO SOL PURO NÃO CHEGA A 3 REAIS E SÓ EXPERIMENTANDO PRA COMPROVAR OS EFEITOS.

ESPERO ESTAR AJUDANDO.

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A TOSA DO GALO

Autor: Francisco Elias


Os galos combatentes que vão ser treinados, é sabido, devem ser tosados devidamente, a fim de que o preparo físico das aves seja facilitado e o seu porte torne-se mais vistoso e elegante. É difícil e trabalhoso preparar um galo todo empenado, sendo que os galistas que por vezes assim o fazem, visam unicamente dar a falsa impressão de que o animal está “xucro”, tirando vantagem desse expediente. Um galista zeloso, tosa o galo cuidadosamente, porém, a maioria, para as penas de acordo com as qualidades das aves demonstradas na primeira “batida” ou “escorva”, o que explica a irregular falta de gosto na aparência dos galos nos rinhadeiros.

A tosa deve ser racional e de acordo com o clima da região, não se justificando desbastamento excessivo observado nos galos dos estados sulinos, pois o frio é rigoroso. Os galos devem ser tosados nas partes imprescindíveis ao rápido treinamento, sem exageros, sem prejuízos á elegância e linhagem das aves. As penas do pescoço devem ser aparadas nas paradas nas partes laterais, numa linha um tanto sinuosa, principiado no bico inferior e terminando na parte superior da junção do pescoço com o corpo. Assim, ficarão facilitadas as massagens e a flexão do pescoço. As penas da parte inferior (interna), das asas podem ser aparadas numa semicircunferência no local confrontante com as costelas do galo, pois quando umedecidas por ocasião dos “refrescos” facilitará o equilíbrio do aparelho respiratório. As penas dos flancos, devem ser aparadas em ângulo reto, com vértice em direção á asa, terminando as aberturas em direção a cauda e ao joelho da ave. Também, as partes inferiores do baixo-ventre devem ser tosadas. As penas das coxas devem ser aparadas, de forma que visto de frente, o galo deixe à mostra apenas a parte anterior, ou seja, somente as laterais deverão ser tosadas. A extremidade da cauda deve ser aparada a gosto do galista, mas nunca excessivamente. Isto, para evitar que o animal pise na cauda quando em combate, já que isto muito o prejudicará. Para o galista veterano a tosa não representa problema, mas os novatos devem observá-la nos galos dos mais antigos e experientes, pois cada um tem seu gosto e, além do mais, as conveniências racionais do imperativo do clima de cada região não devem ser desprezadas.