quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Seja imparcial na escolha dos seus galos


Para um leigo, a luta entre dois galos parecerá uma disputa simples e desinteressante. Todavia, à medida que o neófito vai se integrando no esporte, coisas que não distinguia de inicio passam a lhe merecer estudos e observações até chegar a um estágio capaz de identificar com segurança um bom um ótimo ou um excepcional animal. Este predicado, entretanto, nem sempre está com quem admite possuí-lo. O entusiasmo ou um julgamento precipitado pode confundir qualquer galista e induzi-lo mesmo a um erro ao aquilatar os atributos bélicos de determinado galo. Em qualquer rinhadeiro encontramos uma infinidade de classificadores de galos e chegam mesmo a ser humorísticas as afirmações de certas pessoas ao referirem-se a determinados animais. É sabido que um galo, quando perde, nunca é criação do seu legitimo proprietário. Quando ganha, não falta quem apregoe ser o seu criador, quando não aparecem ainda os donos dos ascendentes, cuja árvore genealógica será sem duvida a mais intricada possível. Este é um adágio já muito nosso conhecido, mas isto somente não define uma alta categoria.
Para os poucos entendidos em galos, uma briga é boa quando há troca repetida de golpes, coisa muito comum no confronto entre dois animais frenteiros. Se são brigadores e sabem atacar e defender, para essas pessoas, trata-se de animais medíocres, pois a briga se tornará monótona, já que os golpes serão em grau muito menor. Este é um jeito errado e nada convincente e não de quem conhece realmente galos. São inúmeras as maneiras de se classificar um galo como bom. Ser frenteiro não é boa coisa para qualquer combatente empenado, mormente quando se defronta com antagonista que lhe coloca o pescoço por cima e não lhe dá distancia.
Os galos de sangue japonês de boa origem têm se mostrado mais eficientes nos rinhadeiros, posto que, de vez em quando, apareçam autênticos "nacionais" a lhes fazerem sombra. Mas não esperemos tudo de um galo sem que outros pormenores o auxiliem a consolidar suas credenciais combativas. Um bom preparo físico e uma alimentação adequada podem complementar o seu todo de guerreiro, mas isto também terá valor relativo se lhe faltar origem e um método racional de criação, onde o espaço, higiene, sol à vontade e boa alimentação não lhe venham faltar desde os primeiros dias de vida.
Como já citei, várias são as maneira de se classificar um galo como bom, mas de permeio temos que distinguir fatores que definem suas principais características na briga. Não na forma de lutar somente, mas em propriedades individuais que nos poderá ser antecedentemente admitidas com margem mínima de erro. Por exemplo, os galos atarracados, de costas largas e pernas separadas estarão mais credenciados a se sobressaírem pela força, pois seus golpes serão curtos e violentos. Se for um penalonga, de pescoço cumprido, poderá ser um esporeador por excelência, mas dificilmente um "bate-duro". Se o porte é quase vertical, pescoço longo e cauda baixa, fatalmente brigará em cima, mas poderá ser um "colarinho-duro", como a gíria galistica denomina os galos que lutam assim, pouco movimentando a cabeça. Se o corpo é baixo na frente, jamais subirá na briga.
As esporas colocadas próximo aos pés, constituem indicio de que o galo dá de esporas, o mesmo acontecendo se as extremidades dos ossos pélvicos estão muito próximas. Caso estejam muito separados será um "bate-espalhado". Não confiemos demais, todavia, nessa premissa.
Quando notamos manchas brancas numa ou em ambas as orelhas, fiquemos de sobreaviso, pois poderá ser um animal de pouca fibra ou mesmo um "largador".
Penas brancas miúdas no alto da cabeça é indício de muita raça e a isso os aficionados do Oriente dão o nome de "gotas de orvalho". Também admitem os povos daquela região que os galos de crista tombada possuem muita força.
A cor dos olhos também evidencia a casta do animal. Os olhos azulados que vão de uma tonalidade até o branco-pérola serão "raçudos" e destemidos. Quanto aos olhos alaranjados, são também tidos como razoáveis, diminuindo essas credenciais se possuem raias vermelhas. Os de olhos avermelhados não deverão merecer nossa confiança mas, quando eles são pretos, trata-se invariavelmente de um animal de fibra. Se a menina dos olhos é pequena, como uma conta, o galo será evidentemente de muita boa casta. Mas não nos surpreendamos se alguma dessas coisas não corresponderem ao que esperamos. Lembremo-nos de que nosso galos representam um emaranhado de cruzamentos e que dificilmente tais caracteres se apresentam mais ou menos fixados. Não obstante, aos poucos tópicos abordados, outros poderão ser associados, isto é, os métodos de briga e a maneira de dar ou bater que a nomenclatura galistica já definiu com farto vocabulário a ser abordado em outra oportunidade. A classificação de um galo como bom está na dependência de todos esses fatores e inequivocadamente pode-se afirmar que nem todo galista possui condições de desapaixonadamente identificá-los.
Tenho visto muito criador desfazer-se de certo animal por tê-lo como medíocre mas esse mesmo animal em outras mãos revelar-se mais tarde autêntico campeão da arena deixando perplexo seu primeiro dono.
Julgar e definir um soberbo galo de briga não é tarefa tão fácil assim. Apenas, devemos ter muitos elementos de convicção para fazê-lo e despojarmonos do excessivo e natural entusiasmo que sempre depositamos em determinados cruzamentos.
Outro fator que frequentemente surpreende ao galista mais experiente é a performance nada convincente de determinado galo tido como assombro, integrante de um grupo levado ao rinhadeiro. Embora sendo o mais credenciado, faz a pior briga deixando os louros da vitória para um outro, tido como de menos recursos. Do muito que dele se esperava nada se conseguiu; do outro, do qual pouco se contava, tudo se obteve. Isto, é óbvio, ficou logicamente na dependência de muitos fatores, mas briga de galos é assim mesmo e semelhantes fatos é que trazem emoção tanto na vitória como na derrota e levam aos rinhadeiros verdadeira legião de aficionados.

Raças puras de galinhas utilizadas em combate

O galo combatente atual apresenta duas origens, o Malaio e o Bankiva. O galo malaio original era um galo grande, de asas curtas, poucas penas, pernas fortes e não voava, vivendo basicamente no chão. Desta ave descendem todos os malaióides, entre eles os galos combatentes japoneses, indianos e nacionais. O galo bankiva, por outro lado, era um galo pequeno, de asas longas e empenamento abundante, cauda grande na vertical, vivia em árvores e era excelente voador, tendo asas muito fortes. Desta pequena ave descendem todos os combatentes banquivóides, entre eles os galos combatentes da Europa, América do Norte e Central e quase toda a América do Sul.

Os galos banquivóides são galos de menor tamanho do que os galos malaióides japoneses e indianos. Pesam cerca de 2,0 kg e apresentam cor avermelhada com crista e barbelas pequenas. Existe grande comércio entre América do Norte, Central e do Sul e Europa.

Combatente Shamo É uma raça oriental, levado da Tailândia (Sião) para o Japão. Faz parte de um subgrupo de raças malaias. São admitidas as variedades preta, preta de peito avermelhado e escuro. São aves do tipo esportivo com todas as características de combatentes. Trata-se de aves de grande porte, muito empinada, quase na vertical, muito musculosa, de pernas curtas escassas e bem aderentes ao corpo e cabeça tipo gavião. Apresenta crista ervilha,. Quando adultos os machos pesam em média 4,994 kg e das fêmeas de 3,178 kg. As galinhas produzem em média 80 ovos de casca tendendo ao marrom, que pesam cerca de 55 g.

Combatente Sumatra - É uma raça oriental de cor preta e crista ervilha. São galos franzinos, com estrutura óssea delgada. São aves negras, com bicos pretos, pernas pretas, asas longas e caudas bem longas. Quando adultos os machos pesam em média 2,270 kg e das fêmeas de 1,816 kg. As galinhas produzem em média 130 ovos de casca tendendo ao branco ou creme, que pesam cerca de 55 g.

Combatente Asil - É uma raça originária da Índia, descendente do malaio. Apresenta crista ervilha. São admitidas as variedades pretas de peito vermelho, escura, pintada e branca. Forte e violento. Quando adultos os machos pesam em média 2,497 kg e das fêmeas de 1,816 kg. As galinhas produzem em média 70 ovos de casca marrom, que pesam cerca de 40 g.


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